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Já sem ânimo de tantas tentativas... Aquele homem caminhava curvo e com dificuldade para o seu destino de um mundo já perdido, mas a realidade dura não subtrairia o seu instinto de sobrevivência, e continuava caminhando mesmo com a indiferença das outras pessoas que parecia que não o viam. Comecei a imaginar quem seria? Seu nome, sua família, sua origem, com certeza não era do mau, notei que ele olhava para os lados e estava indeciso, aonde iria? Precisava de ajuda, mas onde? O mundo virava-lhe as costas... Contorna a praça e de repente seu rosto ganha uma expressão de esperança, no seu olhar um brilho novo apontava para a porta da Igreja que se encontrava aberta.
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Dentro da Igreja sentou-se num banco, estava só, o silêncio, as imagens e os ornamentos davam-lhe uma sensação gratificante e sobrenatural.
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À frente no altar algo lhe chamou atenção: uma peça que tinha o formato do sol e parecia confeccionada em ouro pelo brilho e beleza, ele concluiu que seria algo de muita importância, pois estava colocado no centro do altar. (E nós sabemos que Ele está no centro do mundo).
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Aproximou-se lentamente e ajoelhou-se de olhos fixos naquela peça, uma alegria indefinida tomou conta de seu coração e começou a chorar, as lágrimas desciam e lavavam seu rosto sujo pelo abandono da vida, contudo eram lágrimas duma imensa alegria. Como poderia ser isso? O que estava acontecendo?
Na sua mente vinham todos os seus problemas que ele nunca havia conseguido resolver, mas agora não tinham sentido algum, enquanto chorava, chorava muito, o arrependimento por ter-se abandonado foi se transformando numa nova força que havia dentro dele que não conhecia, pois antes não acreditava nem em si nem em Deus, e aquela emoção aflorava com a força de uma explosão de Fé que envolvia todo seu corpo trêmulo, e expulsava de dentro de si todos os seus medos e covardia, e assim como ser humano renovado e filho de Deus sentiu ali a sua transformação espiritual.
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Depois aliviado e refeito da emoção levantou-se, mas não foi embora, pois ali dentro da Igreja dava-lhe um conforto incrível e por lá ficou o dia todo...Quieto num canto ele observava que poucas pessoas visitavam ou ajoelhavam-se diante daquela peça, faziam o sinal da cruz e iam embora como haviam entrado...
O tempo foi passando... A noite chegava, e a Igreja começou a ficar com a maioria dos bancos ocupados, e todos que passavam por ele tinham um ponto de interrogação no olhar, quem seria? Aquele homem tinha um brilho no olhar de muita alegria e dignidade que ofuscavam suas roupas maltrapilhas, sujas, e seus cabelos desgrenhados.
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Algumas pessoas no altar preparavam-se para o inicio da Missa, quando o Sacerdote entrou todos se levantaram, e no decorrer da Missa aquele homem prestava atenção em tudo, era um leigo absoluto, era um homem da rua, do mundo, vítima das injustiças dos seus iguais, mas com muito amor no coração, pois a sua condição de pobreza mostrava que nunca conseguiu: trair, corromper, roubar, ou fazer mal algum a alguém, só a si mesmo.
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O sacerdote ergueu a Hóstia Sagrada para o alto e pronunciou as palavras, indicando que ali estava o corpo, o sangue e espírito de Cristo... E Convidava os fieis para a mesa Eucarística.
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Assim aquele homem compreendia que Jesus Cristo havia falado com ele, que sabia seu nome, e conhecia seu coração, seus medos, e havia sorrido para ele, pois Jesus está presente naquela peça semelhante ao sol: o Santíssimo, o maior símbolo de Fé Católica, e que está sempre presente no Sacrário para que os filhos de Deus O procurem e tenham um encontro de amor de Pai e filhos, porque Nosso Senhor não faz distinção entre pobres, ricos e sábios Ele só busca os que perseveram no Seu amor e somente quer que O sigam...
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(Está historia que escrevi é uma forma que encontrei para que nossos irmãos visitem com mais freqüência o Sacrário em adoração ao Senhor Jesus Cristo, com certeza vão encontrar o que este personagem encontrou).
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Rivaldo R. Ribeiro
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