(Α Ω) ANUNCIAR O EVANGELHO : "Ide por todo mundo e pregai o Evangelho a toda criatura MC 16,15"--O conteúdo dessa página pode ser reproduzido desde que informado a fonte e o autor.

6 de ago. de 2022

TRANSFIGURAÇÃO DO SENHOR


















Evangelho (Lc 9,28-36): Uns oito dias depois destas palavras, Jesus levou consigo Pedro, João e Tiago, e subiu à montanha para orar. Enquanto orava, seu rosto mudou de aparência e sua roupa ficou branca e brilhante. Dois homens conversavam com ele: eram Moisés e Elias. Apareceram revestidos de glória e conversavam sobre a saída deste mundo que Jesus iria consumar em Jerusalém.
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Pedro e os companheiros estavam com muito sono. Quando acordaram, viram a glória de Jesus e os dois homens que estavam com ele. E enquanto esses homens iam se afastando, Pedro disse a Jesus: «Mestre, é bom ficarmos aqui. Vamos fazer três tendas: uma para ti, outra para Moisés e outra para Elias». Nem sabia o que estava dizendo. Estava ainda falando, quando desceu uma nuvem que os cobriu com sua sombra. Ao entrarem na nuvem, os discípulos ficaram cheios de temor. E da nuvem saiu uma voz que dizia: «Este é o meu Filho, o Eleito. Escutai-o!». Enquanto a voz ressoava, Jesus ficou sozinho. Os discípulos ficaram calados e, naqueles dias, a ninguém contaram nada do que tinham visto.


«Mestre, é bom ficarmos aqui. Vamos fazer três tendas (...)»
Rev. D. Antoni CAROL i Hostench(Sant Cugat del Vallès, Barcelona, Espanha)
Hoje, meditando na Transfiguração, intuímos a situação do homem no Céu. O que mais nos interessa é contemplar a reacção espontânea dos “interlocutores terrestres” dessa cena. Uma vez mais, é Simão Pedro que toma a palavra: «Mestre, é bom ficarmos aqui» (Lc 9,33). É maravilhoso comprovar que, só por ver o Corpo de Cristo em estado glorioso, Pedro se sente plenamente feliz: não sente falta de mais nada.

«Vamos fazer três tendas, uma para ti, outra para Moisés e outra para Elias». A reacção de Pedro mostra o dinamismo mais autêntico do amor: já não pensa na sua comodidade; ele quer manter aquela situação de profunda felicidade, procurando o bem dos outros (neste caso, interpretado de uma maneira muito humana: umas tendas!). É a manifestação mais clara do verdadeiro amor: sou feliz porque te faço feliz; sou feliz entregando-me à tua felicidade.
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Além disso, é muito revelador o facto de Simão reconhecer intuitivamente Moisés e Elias. Pedro, logicamente, tinha conhecimento da sua existência, mas nunca os tinha visto (tinham vivido séculos antes!) E, apesar disso, reconhece-os imediatamente (como se os tivesse conhecido desde sempre). Eis aí uma amostra do elevado grau de conhecimento do homem no Céu: ao contemplar Deus “face a face”, experimentará um incremento inimaginável do seu saber (uma participação muito mais profunda na Verdade). Finalmente, «a “divinização” no outro mundo trará ao espírito humano uma tal “gama de experiências” da verdade e do amor, que o homem nunca teria podido alcançar na vida terrena» (S. João Paulo II).
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Finalmente, Simão, só por ver Moisés e Elias, não somente os conhece de repente, como também os ama imediatamente (pensa em fazer uma tenda para cada um deles). São Pedro, Papa (o primeiro da Igreja), mas pescador, expressa este amor de uma maneira simples; Sta. Teresa, freira, mas Doutora (da Igreja) expressou a lógica do amor de maneira profunda: «O contentamento de contentar o outro excede o meu contentamento».


Pensamentos para o Evangelho de hoje

  • «Apareceu toda a Trindade: o Padre na voz, o Filho no homem, o Espírito na nuvem luminosa» (São Tomás de Aquino)
  • «Com Pedro, Santiago e João, nos também subimos hoje no monte da Transfiguração e nos detemos na contemplação da face de Jesus, para recolher a mensagem e aplicá-lo em nossa vida; para que também nós possamos ser transfigurados pelo amor » (Francisco)
  • «No limiar da vida pública, o baptismo; no limiar da Páscoa, a transfiguração (...) dá-nos um antegozo da vinda gloriosa de Cristo, “que transfigurará o nosso corpo miserável para o conformar com o seu corpo glorioso” (Fl 3,21). Mas lembra-nos também que “temos de passar por muitas tribulações para entrar no Reino de Deus” (Act 14,22)» (Catecismo da Igreja Católica, n° 556)


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