Uma tradição judaica daquele tempo nos revelaria a mensagem arrepiante representada por esse gesto aparentemente insignificante
Ocorre que, após a Ressurreição, quando o sepulcro foi encontrado vazio, esse lenço não estava caído a um lado, como os lençóis que tinham envolvido o Corpo de Jesus.
O Evangelho reserva um versículo inteiro para nos contar que o lenço fora dobrado cuidadosamente e colocado à cabeceira do túmulo de pedra.
Mas por que Jesus dobrou o lenço que cobria a Sua cabeça no sepulcro depois de ressuscitar?
Bem cedo pela manhã de domingo, Maria Madalena foi até o local e descobriu que a pesadíssima pedra que bloqueava a entrada do sepulcro tinha sido removida.
Ela correu e encontrou Simão Pedro e outro discípulo, aquele a quem Jesus tanto amara – São João Evangelista – e lhes disse:
“Retiraram o Corpo do Senhor e não sei para onde O levaram!”
Pedro e o outro discípulo correram até o túmulo. João passou à frente de Pedro e chegou primeiro. Parou e observou os lençóis, mas não entrou.
Então Simão Pedro chegou, entrou no sepulcro e notou os lençóis ali deixados, enquanto o lenço que havia coberto a Divina Face estava dobrado e colocado a um lado.
Isto é importante? Definitivamente.
Isto é significativo? Sim.
Por quê?
Para poder entender a significância do lenço dobrado, temos que entender um pouco a respeito da tradição hebraica da época.
O lenço dobrado tem a ver com uma dinâmica diária entre o amo e o servo – e todo menino judeu conhecia bem essa dinâmica.
O servo, quando preparava a mesa de jantar para o amo, procurava ter a certeza de fazê-lo exatamente da maneira desejada pelo seu senhor.
Depois que a mesa era preparada, o servo ficava esperando fora da visão do amo até que ele terminasse a refeição.
O servo não se atreveria jamais a tocar na mesa antes que o amo tivesse acabado.
Ao terminar, o amo se levantaria, limparia os dedos, a boca e a barba, embolaria o lenço e o jogaria sobre a mesa.
O lenço embolado queria dizer: “Eu terminei“.
Agora, se o amo se levantasse e deixasse o lenço dobrado ao lado do prato, o servo não ousaria tocar ainda na mesa, porque aquele lenço dobrado queria dizer: “Eu voltarei!”
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Adaptado de excerto do livro “Histórias e parábolas para a família“, do pe. Chrystian Shankar. O livro não cita a fonte desta prática apresentada como “tradição hebraica” (e existem amplos questionamentos sobre a real existência de tal tradição), mas, ainda assim, este relato atingiu enorme popularidade e é vastamente compartilhado nas redes sociais por constituir um belo lembrete a respeito da promessa de retorno de Jesus, que enche os cristãos de gozosa expectativa. Como tantas outras histórias piedosas sem comprovação histórica, este é um texto popular que, feita esta ressalva, é capaz de inspirar renovada confiança nos cristãos.
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