(Α Ω) ANUNCIAR O EVANGELHO : "Ide por todo mundo e pregai o Evangelho a toda criatura MC 16,15"--O conteúdo dessa página pode ser reproduzido desde que informado a fonte e o autor.

18 de mai. de 2021

A PRESENÇA REAL DE CRISTO NA EUCARISTIA


Jesus instituiu a Eucaristia na Santa Ceia, desde então, a Igreja nunca cessou de celebrá-la, crendo firmemente na presença do Senhor na Hóstia consagrada pelo sacerdote legitimamente ordenado pela Igreja. Nunca a Igreja duvidou da presença real do Corpo, Sangue, Alma e Divindade do Senhor na Eucaristia. Desde os primeiros séculos os Padres da Igreja ensinaram esta grande verdade recebida dos Apóstolos, trata-se de uma tradição ininterrupta que prevalece até os dias de hoje:
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Esforçai-vos, portanto, por vos reunir mais frequentemente, para celebrar a Eucaristia de Deus e o seu louvor. Pois quando realizais frequentes reuniões, são aniquiladas as forças de Satanás e se desfaz seu malefício por vossa união na fé. Nada há melhor do que a paz, pela qual cessa a guerra das potências celestes e terrestres. (Santo Inácio de Antioquia, †102, bispo e mártir)
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Os fiéis bebem diariamente do cálice do Senhor, para que possam também eles derramar o seu sangue por Cristo. (São Cipriano de Cartago, †258, Epístola 56, n. 1, em tempo de perseguição aos cristãos)
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Na Eucaristia está presente “in nuce”, de um modo incoado, a realização do plano salvífico universal de Deus: com Cristo ressuscitado faz-se presente a nova criação, os novos céus e a nova terra, a nova humanidade. Com efeito, na transfiguração gloriosa de Jesus Cristo já se havia inaugurado a renovação escatológica do mundo: no Senhor ressuscitado, o “eschaton” – Aquele que representa as realidades últimas – já está presente o oitavo dia, a eternidade que se manifesta no presente, fazendo com que saboreemos já o que iremos encontrar na vida eterna. (São Basílio Magno, †379, De Spiritu Sancto, 27, 66: SCh 17 bis, 237.)
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Recebe o corpo de Cristo; dize Amém e com zelo santifica os olhos ao contato do corpo santo… Depois aproxima-te do cálice. Dize Amém e santifica-te tomando o sangue de Cristo. (São Cirilo de Jerusalém, †386)
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O Santíssimo Sacramento é fogo que nos inflama de modo que, retirando-o do altar, espargimos tais chamas de amor que nos tornam terríveis ao inferno. (São Gregório Nazianzeno, †389)
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Deu-se todo não reservando nada para si. Não comungar (tomar a Eucaristia) seria o maior desprezo a Jesus que se sente “doente de amor”. (São João Crisóstomo, †407, CT 2,4-5)
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Nosso Senhor nos concede tudo o que lhe pedimos na Santa Missa: o que mais vale é que nos dá ainda o que nem sequer cogitamos pedir-lhe e que, entretanto, nos é necessário. (São Jerônimo, †420)
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A Eucaristia é o pão de cada dia que se torna como remédio para a nossa fraqueza de cada dia. (Santo Agostinho, †430)
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A virtude própria deste alimento divino é uma força de união que nos une ao Corpo do Salvador e nos faz seus membros a fim de que nos transformemos naquilo que recebemos. (Santo Agostinho, †430)
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Se ele em pessoa declarou e disse do pão: “Isto é o meu corpo”, quem se atreveria a duvidar doravante? E quando ele afirma categoricamente e diz: “Isto é o meu sangue”, quem duvidaria dizendo não ser seu sangue? (São Cirilo de Alexandria, †444, Quarta Catequese Mistagógica)
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Outrora, em Caná da Galileia, por própria autoridade, transformou a água em vinho. Não será digno de fé quando transforma o vinho em sangue? Convidado às bodas corporais, realizou, este milagre maravilhoso. Aos companheiros do esposo não se concederá, com muito mais razão, a alegria de desfrutar do seu corpo e sangue? (São Cirilo de Alexandria, †444, Quarta Catequese Mistagógica)
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Portanto, com toda certeza recebemo-los como corpo e sangue de Cristo. Em forma de pão te é dado o corpo, e em forma de vinho o sangue, para que te tornes, tomando o corpo e o sangue de Cristo, con-corpóreo e consanguíneo com Cristo. Assim nos tornamos portadores de Cristo (cristóforos), sendo nossos membros penetrados por seu corpo e sangue. Desse modo, como diz o bem-aventurado Pedro, “tornamo-nos participes da natureza divina”. (São Cirilo de Alexandria, †444, Quarta Catequese Mistagógica)
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 Não consideres, portanto, o pão e o vinho como simples elementos. São, conforme a afirmação do Mestre, corpo e sangue. Se os sentidos isto te sugerem, a fé te confirma. Não julgues o que se propõe segundo o gosto, mas pela fé tem firme certeza de que foste julgado digno do corpo e sangue de Cristo. (São Cirilo de Alexandria, †444, Quarta Catequese Mistagógica)
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Glória ao remédio da vida. (Santo Efrém Sírio, †444)
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A comunhão reprime as nossas paixões: ira e sensualidade principalmente. (São Bernardo, †1153, doutor da Igreja)
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Fica sabendo, ó cristão, que mais merece ouvir devotamente uma só missa do que distribuir todas as riquezas aos pobres e peregrinar toda a terra. (São Bernardo, †1153, doutor da Igreja)
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Dos sete Sacramentos da Igreja, o mais importante é a Eucaristia, porque contém realmente o Cristo em pessoa, enquanto os outros contêm uma virtude instrumental participada de Cristo. (Santo Tomás de Aquino, †1274, Suma Teológica, III, q. 65, a. 3.)
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O martírio não é nada em comparação com a Santa Missa. Pelo martírio, o homem oferece a Deus a sua vida; na Santa Missa, porém, Deus dá o seu Corpo e o seu Sangue em sacrifício para os homens. Se o homem reconhecesse devidamente esse mistério, morreria de amor. A Eucaristia é o milagre supremo do Salvador; é o dom soberano do Seu amor. (Santo Tomás de Aquino, †1274)
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A Comunhão destrói a tentação do demônio. (Santo Tomás de Aquino, †1274)
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O tempo passado diante do Sacrário (onde fica a hóstia consagrada, Eucaristia) é o tempo mais bem empregado da minha vida. (Santa Catarina de Gênova, †1510)
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Pela consagração do pão e do vinho se efetua a conversão de toda a substância do pão na substância do corpo de Cristo Nosso Senhor, e de toda a substância do vinho na substância do seu sangue. (Concílio de Trento, de 1551 a 1552, Sessão XIII, cap. 4, n. 877.)
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Sem a Santa Missa, que seria de nós? Tudo perecia neste mundo, pois somente ela pode deter o braço de Deus. (Santa Teresa de Ávila, †1582)
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A devoção ao Santíssimo Sacramento e a devoção à Santíssima Virgem são, não o melhor, mas o único meio para se conservar a pureza. Somente a comunhão é capaz de conservar um coração puro aos 20 anos. Não pode haver castidade sem a Eucaristia. (São Filipe Neri, †1595)
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Duas espécies de pessoas devem comungar com frequência: os perfeitos para se conservarem perfeitos, e os imperfeitos para chegarem à perfeição. (São Francisco de Sales, †1622, doutor da Igreja)
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A Missa é o sol da Igreja. (São Francisco de Sales, †1622, doutor da Igreja)
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Jesus Cristo na Santa Missa é médico e remédio. (Santo Afonso de Ligório, †1787)
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Uma alma não pode fazer nada que agrada a Deus mais do que comungar em estado de graça. (Santo Afonso de Ligório, †1787)
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Sem a Missa, a terra já teria sido aniquilada, há muito tempo, por causa dos pecados dos homens. (Santo Afonso de Ligório, †1787)
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Cada hóstia consagrada é feita para se consumir de amor em um coração humano. Se conhecêssemos o valor do Santo Sacrifício da Missa, que zelo não teríamos em assistir a ela. (São João Maria Vianney, †1859)
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A Sagrada Comunhão é a derradeira graça de amor, e nela Jesus Cristo se une espiritual e realmente ao fiel, a fim de nele produzir a perfeição de sua Vida e de sua Santidade. (São Pedro Julião Eymard, †1868)
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Quereis que o Senhor vos dê muitas graças? Visitai-o muitas vezes. Quereis que Ele vos dê poucas graças? Visitai-o poucas vezes. Quereis que o demônio vos assalte? Visitai raramente a Jesus Sacramentado (Jesus Eucarístico). Quereis que o demônio fuja de vós? Visitai a Jesus muitas vezes. Quereis vencer o demônio? Refugiai-vos sempre aos pés de Jesus. Quereis ser vencidos? Deixai de visitar Jesus… (São João Bosco, †1888)
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A Eucaristia […] deve-se considerar como continuação e ampliação da encarnação. (Papa Leão XIII, Carta Encíclica Mirae Caritatis, 28 de maio de 1902, n. 7.)
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Eu acredito que no Sacramento da Eucaristia está verdadeiramente presente Jesus Cristo, porque Ele mesmo o disse, e assim no-lo ensina a Santa Igreja. (São Pio X, †1914, Catecismo de São Pio X, n. 596.)
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Jesus, na Eucaristia, é penhor seguro da sua presença nas nossas almas; do seu poder, que sustenta o mundo; das suas promessas de salvação, que ajudarão a que a família humana, quando chegar o fim dos tempos, habite perpetuamente na casa do Céu, em torno de Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo: Santíssima Trindade, Deus único. (São Josemaria Escrivá, †1975, Cristo que passa, n. 153.)
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Cremos que como o pão e o vinho consagrados pelo Senhor, na Última Ceia, foram mudados no seu Corpo e no seu Sangue, que iam ser oferecidos por nós na Cruz, assim também o pão e o vinho consagrados pelo sacerdote se mudam no Corpo e no Sangue de Cristo glorioso que está no céu, e cremos que a misteriosa presença do Senhor naquilo que misteriosamente continua a aparecer aos nossos sentidos do mesmo modo que antes, é uma presença verdadeira, real e substancial. (cf. Dz. Sch. 1651) […] Toda explicação teológica que procura alguma inteligência deste mistério deve, para estar de acordo com a fé católica, admitir que na própria realidade, independentemente do nosso espírito, o pão e o vinho cessaram de existir depois da consagração, de tal modo que estão realmente diante de nós o Corpo e o Sangue adoráveis do Senhor Jesus, sobre as espécies sacramentais do pão e do vinho, conforme Ele assim o quis, para se dar a nós em forma de alimento e para nos associar à unidade do seu Corpo Místico. (cf. S. Th., III, 73, 3) […] A única e indivisível existência do Senhor glorioso que está no céu não é multiplicada, mas torna-se presente pelo Sacramento, em todos os lugares da terra onde a Missa é celebrada. E permanece presente, depois do sacrifício, no Santíssimo Sacramento, que está no Sacrário, coração vivo de cada uma das nossas igrejas. E é para nós um dulcíssimo dever honrar e adorar na sagrada Hóstia, que os nossos olhos vêem, o Verbo Encarnado, que eles não podem ver e que, sem deixar o céu, se tornou presente no meio de nós. (Papa Paulo VI, †1978, Profissão de Fé, Credo do Povo de Deus)
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Este pão é Jesus. Alimentar-nos dele significa receber a própria vida de Deus, abrindo-nos à lógica do amor e da partilha. (São João Paulo II, †2005)
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Esse mesmo pão eucarístico, oferecido um dia por nós, é entregue sem interrupção para que os homens, separados uns dos outros outrora mas chamados de novo muitas vezes à unidade, em si descubram novo amor para com Deus e entre si novo vínculo de fraternal amizade. (São João Paulo II, †2005)
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Na Eucaristia nós contemplamos o Sacramento desta síntese viva da lei: Cristo entrega-nos em si mesmo a plena realização do amor a Deus e do amor aos irmãos. Ele comunica-nos este seu amor quando nos alimentamos do seu Corpo e do seu Sangue. (Papa Bento XVI)
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A Eucaristia é o nosso tesouro mais precioso. Ela é o sacramento por excelência; introduz-nos antecipadamente na vida eterna; contém em si todo o mistério da nossa salvação; é a fonte e o ápice da ação e da vida da Igreja. (Papa Bento XVI)
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Com a comunhão Jesus nos dá forças […] aquilo que está sobre o altar parece pão, mas não é propriamente pão, é o Corpo de Jesus. Jesus vem ao nosso coração. Pensemos nisso, o Pai nos deu a vida, Jesus nos deu a salvação, nos acompanha, nos guia, nos sustenta, nos ensina. O Espírito Santo, nos ama, nos dá o amor. (Papa Francisco, 27 de Maio de 2013 – Paróquia de Santa Isabel e São Zacarias, Roma – Santa Missa de Primeira Comunhão)
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Ação de graças é chamada de “Eucaristia” em grego. Por isso, o sacramento é chamado de Eucaristia, é a ação de graças suprema ao Pai, que nos amou o suficiente para nos dar o seu Filho. É por isso que o termo Eucaristia resume aquele gesto, gesto que é de Deus e do homem juntos, um gesto de Jesus Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro homem. Por isso, a celebração da Eucaristia é muito mais do que um simples banquete: é o memorial da Páscoa de Jesus, o mistério central da salvação. “Memorial” não significa apenas uma lembrança, uma memória simples, mas significa que, todas as vezes que celebramos este sacramento, participamos do mistério da paixão, morte e ressurreição de Cristo. A Eucaristia é o ápice da ação de salvação de Deus, o Senhor Jesus fazendo-se o pão a cada um de nós, derrama toda a sua misericórdia e seu amor, de modo a renovar os nossos corações, nossas vidas e a forma com que nos relacionamos com Ele e com os outros. […] O poder do Espírito Santo, a participação na mesa eucarística, nos configura de uma forma tão profunda com Cristo que nos faz saborear desde já aquela comunhão plena com o Pai que caracteriza o banquete celestial, onde com todos os santos, teremos a alegria de contemplar Deus face a face. Queridos amigos, nunca será suficiente agradecer a Deus pelo dom que Ele nos deu na Eucaristia! É um presente tão grande e por isso que é tão importante ir à missa no domingo. Ir à missa não só para rezar, mas para receber a comunhão, este pão que é o Corpo de Jesus Cristo que nos salva, nos perdoa, que nos une ao Pai. (Papa Francisco, 5 de Fevereiro de 2014)
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Assim vive a Igreja em seus 2000 anos, pois na Última Ceia, Jesus foi muito claro: “Isto é o meu corpo”. “Isto é o meu sangue”:
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Enquanto comiam, Jesus tomou um pão e, tendo-o abençoado, partiu-o e, distribuindo-o aos discípulos, disse: “Tomai e comei, isto é o meu corpo“. Depois, tomou um cálice e, dando graças, deu-lho dizendo: “Bebei dele todos, pois isto é o meu sangue, o sangue da Aliança, que é derramado por muitos para remissão dos pecados. (Mt 26,26-28)
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Ele não falou de “símbolo”, nem de “sinal”, nem de “lembrança”. São Paulo atesta a presença do Senhor na Eucaristia quando afirma:
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O cálice de bênção que abençoamos não é comunhão com o sangue de Cristo? O pão que partimos não é comunhão com o corpo de Cristo? Já que há um único pão, nós, embora muitos, somos um só corpo, visto que todos participamos desse único pão. (1Cor 10,16-17)
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E o Apóstolo, que não estava na Última Ceia, recebeu esta certeza por revelação especial do próprio Senhor a ele:
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Com efeito, eu mesmo recebi do Senhor o que vos transmiti: na noite em que foi entregue, o Senhor Jesus tomou o pão e, depois de dar graças, partiu-o e disse: “Isto é o meu corpo, que é para vós; fazei isto em memória de mim”. Do mesmo modo, após a ceia, também tomou o cálice, dizendo: “Este cálice é a nova Aliança em meu sangue; todas as vezes que dele beberdes, fazei-o em memória de mim.” Todas as vezes, pois, que comeis desse pão e bebeis desse cálice, anunciais a morte do Senhor até que ele venha. 
(1 Cor 11, 23-26)
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Sem dúvida a Eucaristia é o maior e o mais belo milagre que o Senhor realizou e quis que fosse repetido a cada Missa, para que Ele pudesse estar entre nós, a fim de nos curar e nos alimentar:
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A Eucaristia é fonte e centro de toda a vida cristã (LG,11). Os restantes sacramentos, porém, assim como todos os ministérios eclesiásticos e obras de apostolado, estão vinculados com a Sagrada Eucaristia e a ela se ordenam. Com efeito, na santíssima Eucaristia está contido todo o tesouro espiritual da Igreja, isto é, o próprio Cristo, nossa Páscoa. (PO,5 e CIC 1324)
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O Catecismo da Igreja nos garante que:
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Os milagres da multiplicação dos pães […] prefiguram a superabundância deste pão único da Eucaristia. (CIC, n.1335)
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Tudo o que foi dito até aqui está baseado principalmente nas próprias palavras de Jesus, naquele memorável discurso sobre a Eucaristia, na sinagoga de Cafarnaum, que São João relatou com detalhes no capítulo 6 do seu Evangelho:
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Eu sou o pão da vida. Vossos pais no deserto comeram o maná e morreram. Este pão é o que desce do céu para que não pereça quem dele comer. Eu sou o pão vivo descido do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente. O pão que eu darei é a minha carne para a vida do mundo. Os judeus discutiam entre si, dizendo: “Como esse homem pode dar-nos a sua carne a comer?” Então Jesus lhes respondeu: “Em verdade, em verdade, vos digo: se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia. Pois a minha carne é verdadeiramente uma comida e o meu sangue é verdadeiramente uma bebida. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim, e eu nele. Assim como o Pai, que vive, me enviou e eu vivo pelo Pai, também aquele que de mim se alimenta viverá por mim, Este é o pão que desceu do céu. Ele não é como o que os pais comeram e pereceram; quem come este pão viverá eternamente”. (Jo 6, 48-58)
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Não há como interpretar de modo diferente estas palavras, senão admitindo a presença real e maravilhosa do Senhor na Hóstia sagrada.
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Nunca Jesus exigiu tanto a fé dos Apóstolos como neste momento. E, se exigiu tanto, sem dar maiores esclarecimentos como sempre fazia, é porque os discípulos tinham entendido muito bem do que se tratava, bem como o povo que o deixou dizendo:
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Muitos de seus discípulos, ouvindo-o, disseram: “Essa palavra é dura! Quem pode escutá-la?” (Jo 6, 60)
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A partir daí, muitos dos Seus discípulos voltaram atrás e não andavam mais com ele. (Jo 6, 66)
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Lamentavelmente a Cruz e a Eucaristia foram e continuam a ser “pedra de tropeço” para os que não creem, mas Jesus exigiu até o fim esta fé. Aos próprios Apóstolos ele disse:
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Então, disse Jesus aos Doze: “Não quereis também vós partir?”. (Jo 6, 67)
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Ao que Pedro responde na fé, não pela inteligência:
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Simão Pedro respondeu-lhe: “Senhor, a quem iremos? Tens palavras de vida eterna e nós cremos e reconhecemos que tu és o Santo de Deus. (Jo 6, 68-69)
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Também para cada um de nós a Eucaristia será sempre uma prova de fogo para a nossa fé; mas, crendo na palavra do Senhor e no ensinamento da Igreja, seremos felizes.
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Quando a reforma protestante pôs em dúvida a presença real e permanente do Senhor na Eucaristia, o Concílio de Trento (1545-1563) assim se expressou:
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Porque Cristo, nosso Redentor, disse que o que Ele oferecia sob a espécie do pão era verdadeiramente o seu Corpo, sempre na Igreja se teve esta convicção que o sagrado Concílio de novo declara: pela consagração do pão e do vinho opera-se a conversão de toda a substância do pão na substância do Corpo de Cristo nosso Senhor, e de toda a substância do vinho na substância do seu Sangue; e esta mudança, a Igreja católica chama-lhe com justeza e exatidão, transubstanciação. (DS, 1642; CIC n.1376).
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Acima de tudo é preciso recordar que a Igreja recebeu do Senhor o carisma da infalibilidade em termos de fé e de moral, a fim de não permitir que os seus filhos sejam enganados no caminho da salvação: e rogarei ao Pai e ele vos dará outro Paráclito, para que convosco permaneça para sempre (Jo 14, 16)
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Mas o Paráclito, o Espírito Santo que o Pai enviará em meu nome, vos ensinará tudo e vos recordará tudo o que eu vos disse. (Jo 14, 26)
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Tenho ainda muito que vos dizer, mas não podeis agora suportar. Quando vier o Espírito da Verdade, ele vos conduzirá à verdade plena, pois não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará as coisas futuras. (Jo 16, 12-13)
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O Senhor disse aos apóstolos que o Paráclito viria para instrui-los e que permaneceria “para sempre”, e não que o Paráclito viria “apenas quando ocorresse a reforma protestante 1500 anos depois”, negar isso e afirmar que a Igreja Católica viveu 1500 anos no erro, é negar uma promessa do próprio Cristo. Portanto, o que a Igreja garante há vinte séculos, jamais podemos duvidar, sob pena de estarmos duvidando do próprio Jesus.
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Para os que se apoiam em meras interpretações particulares das palavras de Nosso Senhor, na tentativa de negar a presença real de Jesus Cristo na Sagrada Eucaristia, lembremos que fazer uso do livre exame das escrituras e tirar conclusões pessoais – que contradizem a legítima interpretação das escrituras ensinada pelo magistério da Igreja – é perigoso e pode levar à ruína:
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Isto mesmo faz ele em todas as suas cartas, ao falar nelas desse tema. É verdade que em suas cartas se encontram alguns pontos difíceis de entender, que os ignorantes e vacilantes torcem, como fazem com as demais Escrituras, para a sua própria perdição. Vós, portanto, amados, sabendo-o de antemão, precavei-vos, para não suceder que, levados pelo engano desses ímpios, venhais a cair da vossa firmeza.(2 Pe 3, 16-17)
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Para auxiliar a nossa fraqueza, Deus permitiu que muitos milagres eucarísticos acontecessem entre nós: Lanciano (sec. VIII), Ferrara (1171), Orvieto (1264), Offida (1273), Sena (1330 e 1730), Turim (1453), etc., que atestam ainda hoje o Corpo vivo do Senhor na Eucaristia, comprovado pela própria ciência. Há tempos, foi traçado na Europa um “mapa eucarístico”, que registra o local e a data de mais de 130 milagres. Recomendamos a todos que pesquisem e conheçam todos estes milagres, nos quais o mistério da Eucaristia brilhou com toda sua força e majestade.

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Prof. Felipe Aquino, texto adaptado por Veritatis Catholicus.
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