Publicado no blog do Santuário Divino Pai Eterno no dia 05/08/2012
Nesta semana, por ocasião da memória de São João Maria Vianney, o famoso “Cura d’Ars”, padroeiro dos párocos, também é ocasião para nos recordamos do dia do padre. Na presente data rezei pelos meus irmãos no sacerdócio e passei o dia a refletir sobre o quanto é importante ser padre de acordo com o coração de Deus e não a partir dos próprios critérios ou de sentimentos pessoais.
A missão do sacerdote está inserida no mistério Divino e decorre, diretamente, dele. Assim, quanto mais mergulharmos na origem da vocação sacerdotal, mais encontramos o rosto do Pai, pois Ele é o fundamento que legitima uma verdadeira vocação. O Pai continua a peregrinar pelo mundo, tocando no interior de cada alma. Ele prossegue passando por nossas casas, nossas famílias, nossas escolas e a chamar os seus, para lhes conceder vida e plenitude. Por isso, é impossível falar de vocação sem mencionar a emoção da pertença, a característica da escolha e a eleição para um serviço tão importante como o sacerdócio. Por trás de cada vocação está a história do amor do Pai inserida na vida dos seus filhos. Fomos convocados pelo Amor!
Muito mais do que pregar e confessar o povo, o sacerdote assume o apostolado do exemplo. Mesmo sendo frágil e humano, suas atitudes devem apontar para o Evangelho. Em seus gestos mais simples, o sacerdote convida a comunidade cristã a aderir seu pensamento, vontades, sentimentos e toda a sua existência ao Evangelho de Jesus. É como se ele mesmo dissesse: “Querem conhecer o Mestre Jesus? Olhem para mim e vejam em minhas atitudes a face de Cristo!”
No coração do sacerdote está o chamado a ser ‘mestre da Palavra’, ‘ministro dos Sacramentos’ e ‘guia da Comunidade Cristã’. Não porque ele o quis ou evocou para si estes títulos. Pelo contrário, foi porque a Igreja assim o confiou. O sacerdócio não tem nada a ver com o exercício de uma profissão. Ser padre não é uma questão de aptidão pessoal. Trata-se, no fundo, de um carisma, confiado pelo Espírito Santo àqueles que Ele mesmo escolheu.
O sacerdote não é um funcionário do Sagrado nem um profissional da religião. Se fosse para categorizá-lo de acordo com a nossa mentalidade trabalhista, poderíamos dizer que: sua carteira de trabalho é o Evangelho, seu cartão de ponto é a oração e seu salário é gastar a vida pela causa dos oprimidos e abandonados. O regulamento que rege o serviço de um sacerdote é bem diferente do que a maioria está acostumada. Isso não faz dele um super-herói e muito menos alguém distante da sociedade. É inserido no tempo, consciente da fé, que o sacerdote evangeliza e também se deixa evangelizar.
Junto à missão sacerdotal está a realidade do serviço, pois o sacerdote “não veio para ser servido, mas para servir” (Mt 20,28). Sendo homem do serviço, cabe a nós sacerdotes animar os fracos; empregar esforços para uma vida, verdadeiramente, cristã nos fiéis; exortar os desanimados; edificar a Igreja com o próprio testemunho; consolar os abatidos; libertar os cativos da injustiça e, por fim, ir ao encontro de todos aqueles que necessitam da face de Deus, sempre com a consciência de que: “quem é posto à frente do povo deve ser o primeiro a dar-se conta de que é servo de todos. E não desdenhe de o ser, repito, não desdenhe de ser servo de todos, pois não desdenhou de se tornar nosso servo Aquele que é Senhor dos senhores” (Santo Agostinho).
Porém, a maturidade da fé já ensina que nenhuma vocação é um mar de rosas. Nunca nos esqueçamos dos espinhos. Muitas vezes carregados na própria carne, como dizia o apóstolo (Cf. II Cor 12,7). Da mesma forma como há aqueles que se deixam inflamar pelo amor do Pai, sendo conscientes do dom espiritual que carregam, também há uma pequena minoria que se deixa perder pelo caminho. Acabam por sucumbir à ideia de que a vocação sacerdotal é coisa do passado. Que engano, pois, as pessoas sempre terão necessidade do amor do Pai! “Deus vive, e precisa de homens que vivam para Ele e O levem aos outros. Sim, tem sentido tornar-se sacerdote: o mundo tem necessidade de sacerdotes, de pastores hoje, amanhã e sempre enquanto existir” (Bento XVI).
Em uma sociedade cada vez mais secularizada, busquemos a face do Pai e não deixemos de orar pelos sacerdotes. Antes de criticar, oremos! “No coração do sacerdote não está extinto o amor” (Paulo VI). Mas, ele o exerce continuando a missão de Cristo, na caridade incondicional. É este amor que lhe confere o sentido de responsabilidade primeira pelo povo de Deus. Com a oração dos fiéis e com o esforço pessoal, a personalidade do sacerdote é amadurecida. A partir desse momento, somos capazes de carregar esse precioso dom, em nossos frágeis vasos, amparados pela força do Pai! Prossigamos!
Pe. Robson de Oliveira, C.Ss.R.
Missionário Redentorista, Reitor da Basílica de Trindade e Mestre em Teologia Moral pela Universidade do Vaticano.
Twitter: @padrerobson
www.paieterno.com.br
Padre Robson quando visitou José Bonifácio-SP.
A missão do sacerdote está inserida no mistério Divino e decorre, diretamente, dele. Assim, quanto mais mergulharmos na origem da vocação sacerdotal, mais encontramos o rosto do Pai, pois Ele é o fundamento que legitima uma verdadeira vocação. O Pai continua a peregrinar pelo mundo, tocando no interior de cada alma. Ele prossegue passando por nossas casas, nossas famílias, nossas escolas e a chamar os seus, para lhes conceder vida e plenitude. Por isso, é impossível falar de vocação sem mencionar a emoção da pertença, a característica da escolha e a eleição para um serviço tão importante como o sacerdócio. Por trás de cada vocação está a história do amor do Pai inserida na vida dos seus filhos. Fomos convocados pelo Amor!
Muito mais do que pregar e confessar o povo, o sacerdote assume o apostolado do exemplo. Mesmo sendo frágil e humano, suas atitudes devem apontar para o Evangelho. Em seus gestos mais simples, o sacerdote convida a comunidade cristã a aderir seu pensamento, vontades, sentimentos e toda a sua existência ao Evangelho de Jesus. É como se ele mesmo dissesse: “Querem conhecer o Mestre Jesus? Olhem para mim e vejam em minhas atitudes a face de Cristo!”
No coração do sacerdote está o chamado a ser ‘mestre da Palavra’, ‘ministro dos Sacramentos’ e ‘guia da Comunidade Cristã’. Não porque ele o quis ou evocou para si estes títulos. Pelo contrário, foi porque a Igreja assim o confiou. O sacerdócio não tem nada a ver com o exercício de uma profissão. Ser padre não é uma questão de aptidão pessoal. Trata-se, no fundo, de um carisma, confiado pelo Espírito Santo àqueles que Ele mesmo escolheu.
O sacerdote não é um funcionário do Sagrado nem um profissional da religião. Se fosse para categorizá-lo de acordo com a nossa mentalidade trabalhista, poderíamos dizer que: sua carteira de trabalho é o Evangelho, seu cartão de ponto é a oração e seu salário é gastar a vida pela causa dos oprimidos e abandonados. O regulamento que rege o serviço de um sacerdote é bem diferente do que a maioria está acostumada. Isso não faz dele um super-herói e muito menos alguém distante da sociedade. É inserido no tempo, consciente da fé, que o sacerdote evangeliza e também se deixa evangelizar.
Junto à missão sacerdotal está a realidade do serviço, pois o sacerdote “não veio para ser servido, mas para servir” (Mt 20,28). Sendo homem do serviço, cabe a nós sacerdotes animar os fracos; empregar esforços para uma vida, verdadeiramente, cristã nos fiéis; exortar os desanimados; edificar a Igreja com o próprio testemunho; consolar os abatidos; libertar os cativos da injustiça e, por fim, ir ao encontro de todos aqueles que necessitam da face de Deus, sempre com a consciência de que: “quem é posto à frente do povo deve ser o primeiro a dar-se conta de que é servo de todos. E não desdenhe de o ser, repito, não desdenhe de ser servo de todos, pois não desdenhou de se tornar nosso servo Aquele que é Senhor dos senhores” (Santo Agostinho).
Porém, a maturidade da fé já ensina que nenhuma vocação é um mar de rosas. Nunca nos esqueçamos dos espinhos. Muitas vezes carregados na própria carne, como dizia o apóstolo (Cf. II Cor 12,7). Da mesma forma como há aqueles que se deixam inflamar pelo amor do Pai, sendo conscientes do dom espiritual que carregam, também há uma pequena minoria que se deixa perder pelo caminho. Acabam por sucumbir à ideia de que a vocação sacerdotal é coisa do passado. Que engano, pois, as pessoas sempre terão necessidade do amor do Pai! “Deus vive, e precisa de homens que vivam para Ele e O levem aos outros. Sim, tem sentido tornar-se sacerdote: o mundo tem necessidade de sacerdotes, de pastores hoje, amanhã e sempre enquanto existir” (Bento XVI).
Em uma sociedade cada vez mais secularizada, busquemos a face do Pai e não deixemos de orar pelos sacerdotes. Antes de criticar, oremos! “No coração do sacerdote não está extinto o amor” (Paulo VI). Mas, ele o exerce continuando a missão de Cristo, na caridade incondicional. É este amor que lhe confere o sentido de responsabilidade primeira pelo povo de Deus. Com a oração dos fiéis e com o esforço pessoal, a personalidade do sacerdote é amadurecida. A partir desse momento, somos capazes de carregar esse precioso dom, em nossos frágeis vasos, amparados pela força do Pai! Prossigamos!
Pe. Robson de Oliveira, C.Ss.R.
Missionário Redentorista, Reitor da Basílica de Trindade e Mestre em Teologia Moral pela Universidade do Vaticano.
Twitter: @padrerobson
www.paieterno.com.br
Um comentário:
Há missão dum sacerdote é muito legal, e eu gosto como se transmitem valores positivos para a sociedade.
Agora tudo se vai tecnologizando e para convocar pessoas asi vezes se usa anunciar um servico na internet.
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