Pai amoroso e criador sem limites:
Disseram-me que nem tudo que fizestes foi tão perfeito assim. Que houve falhas. Que a crosta terrestre deixa a desejar com suas absurdas divisões geológicas – placas tectônicas, dizem os esnobes -, que põem em risco a vida dos que habitam sobre elas. Que o Paraíso terrestre, sempre belo, exuberante, fascinantemente encantador, às vezes se torna tétrico, ameaçador, incontrolavelmente destrutivo e sádico com a vida.
Disseram-me que a Perfeição de tua obra deixa muito a desejar, pois que existem doenças, fome, desavenças, desigualdade social, moral, intelectual e tudo mais que faz da raça humana um povo em busca constante da própria felicidade.
Disseram-me que, se tudo estivesse pronto, acabado, perfeito, nós não necessitaríamos de pesquisas científicas, de perigosas manipulações atômicas, genéticas e até psicológicas ou espirituais. Que bombas e usinas nucleares inexistiriam, pois que outras fontes energéticas, sobrenaturais, supririam toda e qualquer necessidade do consumismo humano. Por outro lado, armas de defesa nunca teriam sentido se cá neste mundo seus moradores entendessem, de uma vez por todas, o significado do verbo amar. Do próprio amor. Do Amor que tu és.
Disseram-me que as ridículas divisões territoriais – dos países e povos que se digladiam apenas para marcar seus lugares ao Sol – são provas incontestes de que nos destes um mundo imperfeito, com suas fronteiras a provocar vergonhosa disputa pela própria soberania, a construir guerras e promover mortandade entre semelhantes.
Onde, oh Pai, está a Perfeição de tua obra?
Parece-me que o caos domina. Mas nesta hora é que um espelho me desnuda e revela a imagem do “eu” que sou. Deus e eu. O eu no centro da tua divindade. Depois do divino e antes do ser semelhante a ti. O eu que se esquece de olhar para o próprio umbigo, para a imagem intrínseca com Aquele que o criou e o elevou à categoria de protagonista da vida, da Terra, do Universo onde o colocastes.
A perfeição em pessoa! Sim, a perfeição, a obra completa, acabada, definitivamente pronta para todo e qualquer embate, merecedora das vitórias, do progresso, das mais saborosas conquistas, do prazeroso jogo da vida, da alegre busca de si mesmo, de sua Origem, somos nós, seus filhos, sua criatura tal e qual.
Então, Deus e Pai, permitas-me repetir o poeta e seu dilema: “Onde estás que não respondes? Em que estrela tu te escondes?” Ou o Papa, lembrando o holocausto judeu: “Por que tu te calastes?” Ou o povo indignado: “Por que Senhor, por quê?”
Mas, no fundo desse grito de dor e angústia, tu te revelas em tua misericórdia, em tua solidariedade. Tu nos apresentas teu Filho – último e mais precioso dos bens que nos destes – e o apresenta preso à cruz, dilacerado, vilipendiado, apenas para confirmar o que já vinha concluindo: eis o homem! “Ecce homo?” A perfeição da carne, da matéria, da vida transitória não é tudo, sem a Perfeição da alma, do Espírito que soprastes sobre nós... Antes, “o Espírito de Deus pairava sobre as águas”. Agora, tu, do alto das nuvens que pairam sobre o mundo, me dizes mais uma vez: “Este é o meu Filho amado, no qual pus todo o meu agrado. Escutai-o!”. Tu nos apresentas a Perfeição em pessoa. E nos convida à ação, à transfiguração de tudo, de todos: “Levantai-vos e não tenhais medo”.
Isso só tu nos dizes. O mundo não é perfeito, porque necessita do toque humano, da criatividade que nos é inerente, da responsabilidade... Mas o homem, a matéria física e orgânica com que nos vestes, esta sim, é perfeita, capaz de tudo quando fiel ao teu amor sem limites. Ensina-nos, Pai, a dizer “amém” aos teus projetos de perfeição.
WAGNER PEDRO MENEZES
FONTE: http://www.wmeac.blogspot.com
Disseram-me que nem tudo que fizestes foi tão perfeito assim. Que houve falhas. Que a crosta terrestre deixa a desejar com suas absurdas divisões geológicas – placas tectônicas, dizem os esnobes -, que põem em risco a vida dos que habitam sobre elas. Que o Paraíso terrestre, sempre belo, exuberante, fascinantemente encantador, às vezes se torna tétrico, ameaçador, incontrolavelmente destrutivo e sádico com a vida.
Disseram-me que a Perfeição de tua obra deixa muito a desejar, pois que existem doenças, fome, desavenças, desigualdade social, moral, intelectual e tudo mais que faz da raça humana um povo em busca constante da própria felicidade.
Disseram-me que, se tudo estivesse pronto, acabado, perfeito, nós não necessitaríamos de pesquisas científicas, de perigosas manipulações atômicas, genéticas e até psicológicas ou espirituais. Que bombas e usinas nucleares inexistiriam, pois que outras fontes energéticas, sobrenaturais, supririam toda e qualquer necessidade do consumismo humano. Por outro lado, armas de defesa nunca teriam sentido se cá neste mundo seus moradores entendessem, de uma vez por todas, o significado do verbo amar. Do próprio amor. Do Amor que tu és.
Disseram-me que as ridículas divisões territoriais – dos países e povos que se digladiam apenas para marcar seus lugares ao Sol – são provas incontestes de que nos destes um mundo imperfeito, com suas fronteiras a provocar vergonhosa disputa pela própria soberania, a construir guerras e promover mortandade entre semelhantes.
Onde, oh Pai, está a Perfeição de tua obra?
Parece-me que o caos domina. Mas nesta hora é que um espelho me desnuda e revela a imagem do “eu” que sou. Deus e eu. O eu no centro da tua divindade. Depois do divino e antes do ser semelhante a ti. O eu que se esquece de olhar para o próprio umbigo, para a imagem intrínseca com Aquele que o criou e o elevou à categoria de protagonista da vida, da Terra, do Universo onde o colocastes.
A perfeição em pessoa! Sim, a perfeição, a obra completa, acabada, definitivamente pronta para todo e qualquer embate, merecedora das vitórias, do progresso, das mais saborosas conquistas, do prazeroso jogo da vida, da alegre busca de si mesmo, de sua Origem, somos nós, seus filhos, sua criatura tal e qual.
Então, Deus e Pai, permitas-me repetir o poeta e seu dilema: “Onde estás que não respondes? Em que estrela tu te escondes?” Ou o Papa, lembrando o holocausto judeu: “Por que tu te calastes?” Ou o povo indignado: “Por que Senhor, por quê?”
Mas, no fundo desse grito de dor e angústia, tu te revelas em tua misericórdia, em tua solidariedade. Tu nos apresentas teu Filho – último e mais precioso dos bens que nos destes – e o apresenta preso à cruz, dilacerado, vilipendiado, apenas para confirmar o que já vinha concluindo: eis o homem! “Ecce homo?” A perfeição da carne, da matéria, da vida transitória não é tudo, sem a Perfeição da alma, do Espírito que soprastes sobre nós... Antes, “o Espírito de Deus pairava sobre as águas”. Agora, tu, do alto das nuvens que pairam sobre o mundo, me dizes mais uma vez: “Este é o meu Filho amado, no qual pus todo o meu agrado. Escutai-o!”. Tu nos apresentas a Perfeição em pessoa. E nos convida à ação, à transfiguração de tudo, de todos: “Levantai-vos e não tenhais medo”.
Isso só tu nos dizes. O mundo não é perfeito, porque necessita do toque humano, da criatividade que nos é inerente, da responsabilidade... Mas o homem, a matéria física e orgânica com que nos vestes, esta sim, é perfeita, capaz de tudo quando fiel ao teu amor sem limites. Ensina-nos, Pai, a dizer “amém” aos teus projetos de perfeição.
WAGNER PEDRO MENEZES
FONTE: http://www.wmeac.blogspot.com
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